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Fenapestalozzi homenageia Eunice José Vieira 

Os 96 anos de atuação do Movimento Pestalozziano no Brasil serão comemorados nesta quarta-feira, 26 de outubro, com uma homenagem à professora Eunice José Vieira, uma das pioneiras no trabalho de educação de crianças com deficiência, e que por toda a vida atuou na Pestalozzi de Niterói. Uma fotografia com uma breve biografia da vida profissional de Eunice será instalada no Centro Histórico Sarah Couto Cesar, mantido pela Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi), em Brasília.  Pioneira na educação de pessoas com deficiência intelectual, Eunice José Vieira chegou à Associação Pestalozzi de Niterói em agosto de 1955, seis anos após a fundação da instituição, e por lá permaneceu até 2014, quando faleceu. Além de professora, Eunice foi a primeira diretora do Centro Experimental Helena Antipoff, a escola especializada da Pestalozzi de Niterói responsável por oferecer educação não seriada a crianças e jovens com deficiência intelectual. Durante sua trajetória profissional, o movimento pestalozziano esteve intrinsecamente ligado à sua vida.

Em 1998, durante as comemorações pelos 50 anos de fundação da Pestalozzi de Niterói, Eunice relembrou o início de seu trabalho na instituição niteroiense criada em 1948 por incentivo da educadora Helena Antipoff:

“Dava aulas para as crianças na varanda em meio a goteiras. Tudo muito rudimentar. Fui parar na Pestalozzi por opção. Era professora do Estado e pedi para ser deslocada para a educação de crianças especiais. Fiz cursos voltados para a educação desse tipo de alunado. Fiz Logopedia no antigo Hospital São Francisco de Assis e, depois, Pedagogia. Com a professora Lucy Sá Pinto, iniciamos a formação de professoras novatas para dar aulas na Pestalozzi”, relembrou à época.

Eunice também teve ativa participação na consolidação da Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi) e foi fundadora da Federação das Associações Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro.

Dedicada e fiel aos ideais pestalozzianos, Eunice iniciou seu trabalho na Pestalozzi de Niterói em 1955, quando a instituição era conhecida como “Escola-Granja”, funcionando como uma espécie de internato para crianças excepcionais, como se dizia à época. Para dar aulas, ela enfrentava uma maratona diária. Pegava o ônibus que fazia a ligação do Centro da cidade com o Largo da Batalha, muitas vezes levando para escola alguma criança a pedido da mãe. Do ponto final do ônibus até a escola, em Pendotiba, ainda era preciso seguir a pé por cerca de cinco quilômetros em estrada de chão até a sede da Pestalozzi. As aulas eram na varanda da casa que sediava a escola especial.

Por tamanha dedicação, Eunice recebeu o reconhecimento máximo da Fenapestalozzi em 2005. Em outubro daquele ano foi condecorada com a Comenda da Rosa, durante o Congresso Nacional das Associações Pestalozzi. Eram os merecidos aplausos àquela que se dedicou por inteiro à causa pestalozziana. Na época da homenagem vaticinou: “Vou continuar trabalhando com a mesma intensidade. Sou idosa, mas velha eu não serei nunca!”

DIA DO MOVIMENTO PESTALOZZIANO FOI CRIADO EM 2007

Criado em 2007, o Dia do Movimento Pestalozziano serve para marcar seu início em 1926, quando na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, o professor Thiago Würt fundou o Instituto Pestalozzi, tendo como foco o atendimento das pessoas com dificuldades de aprendizagem.

O Movimento Pestalozziano se dedica, desde então, à assistência social, educação e institucionalização dos serviços voltados para as pessoas com deficiência no Brasil, assim como para suas famílias.

Até a década de 60, as Associações Pestalozzi existentes no país atuavam de forma isolada na defesa dos direitos e assistência social à pessoa com deficiência. Em 1970, nasceu a Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi (Fenasp). Nesta época, o Movimento Pestalozziano contava apenas com oito unidades em todo o país. A criação da federação, uma iniciativa de Helena Antipoff, tornada realidade através da ex-presidente da Pestalozzi Niterói, Lizair Guarino, fomentou o surgimento de várias Sociedades Pestalozzi pelo país. Atualmente a Fenapestalozzi conta com 235 filiadas em diferentes estados da federação.