Pestalozzi de Niterói: 77 anos de pioneirismo, superação e cidadania

Um sonho de médicos e educadores inspirados pela filosofia de Johann Heinrich Pestalozzi

Uma história de amor que transformou vidas e inspirou o Brasil

Em 1955, Lucy da Silva Pinto era uma das quatro professoras enviadas pela Secretaria de Educação para a Pestalozzi

Você conhece a história de amor que transforma vidas na Pestalozzi de Niterói? O que começou como um sonho ousado de médicos e educadores tornou-se referência nacional em inclusão, educação especial e cidadania. São 77 anos de desafios, conquistas e uma dedicação que mudou para sempre o destino de milhares de pessoas. A seguir, saiba como tudo começou em uma fazenda de Pendotiba.

Esta história nasceu de um sonho que virou referência nacional. Em 3 de dezembro de 1948, enquanto o Brasil vivia intensas transformações políticas e sociais e a uma semana das Nações Unidas proclamarem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um grupo de médicos, educadores e personalidades de Niterói se reuniu para plantar a semente de uma instituição que mudaria para sempre o cenário da inclusão no país. Inspirados pela filosofia de Johann Heinrich Pestalozzi e pelo trabalho inovador de Helena Antipoff, fundaram a Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro, terceira do gênero no Brasil.

O livro “50 anos de vida – Uma história de amor”, escrito pelo jornalista Gilberto Fontes em 1998 destaca como o início da instituição foi marcado por desafios. Diante de poucos recursos, era preciso convencer a sociedade sobre a importância de garantir educação e cidadania para crianças com deficiência intelectual. A primeira sede, a emblemática “Escola-Granja” na Fazenda dos Ingleses, em Pendotiba, unia ensino, atividades agrícolas e oficinas, promovendo autonomia e dignidade aos alunos. O caminho até lá era difícil, literalmente: professoras e funcionários enfrentavam estradas de terra, lama e poeira, movidos pelo amor ao próximo.

Superação, voluntariado e crescimento

O livro revela episódios emocionantes, como a luta diária para alimentar os internos, a busca incansável por doações e o voluntarismo de professoras que, além de ensinar, lavavam louça, cuidavam das crianças e organizavam campanhas beneficentes. A instituição sobreviveu a crises financeiras, denúncias de abandono e até disputas políticas internas, mas nunca perdeu seu propósito.

A chegada de Lizair de Moraes Guarino à presidência, nos anos 1960, marca um divisor de águas. Com energia, visão administrativa e sensibilidade social, Lizair modernizou a gestão, buscou recursos, ampliou parcerias e profissionalizou o atendimento. Sob sua liderança, a Pestalozzi deixou de ser apenas um abrigo para se tornar um centro de referência em educação especial, saúde e reabilitação.

Ao longo das décadas, a Pestalozzi de Niterói expandiu suas frentes de atuação. Criou oficinas pedagógicas, projetos de inserção no mercado de trabalho, programas de apoio às famílias e centros de saúde multidisciplinares. Tornou-se polo irradiador de conhecimento, formando profissionais e influenciando políticas públicas em todo o país.

Uma história de amor e cidadania

A trajetória da Pestalozzi de Niterói é, acima de tudo, uma história de amor, dedicação e luta pela cidadania plena. A instituição sobreviveu e cresceu graças ao trabalho apaixonado de pessoas que acreditaram no potencial de cada ser humano, independentemente de suas limitações.

O símbolo da Pestalozzi, uma rosa protegida por mãos, foi desenhado pelo psiquiatra e artista plástico Ayrton Seixas, tornando-se marca registrada de mais de 200 unidades Pestalozzi no Brasil. Em 1960, Seixas foi o primeiro diretor médico e depois vice-presidente da Pestalozzi.

Hoje, a pedagoga Jussara Silva Freitas preside a instituição onde trabalhou por mais de 30 anos. Ao celebrar 77 anos, a Pestalozzi reafirma seu compromisso com a inclusão, a valorização da diversidade e a construção de uma sociedade mais justa.

De uma pequena escola rural à instituição moderna que atende milhares de pessoas, a Pestalozzi de Niterói é exemplo vivo de que sonhos, quando regados com amor e perseverança, podem transformar realidades e inspirar gerações.

Aniversário da Pestalozzi Niterói repercute nas redes sociais

Jussara da Silva Freitas, presidente da Pestalozzi Niterói; Ilza Fellows, secretária de Saúde de Niterói; senador Flávio Arns; e Esther Pacheco, presidente da Fenapestalozzi parabenizam os 77 anos da instituição em depoimentos nas redes sociais.

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Jovens da Pestalozzi celebram inclusão e lazer na praia

Para a maioria dos jovens foi a primeira vez participando de uma atividade na praia

Sol, mar e inclusão: cerca de 30 jovens do Centro para Integração e Independência (CII) da Pestalozzi de Niterói viveram momentos inesquecíveis na praia, em uma atividade que uniu lazer, acessibilidade e integração. Organizada em parceria com a Coordenadoria de Acessibilidade da Prefeitura, a iniciativa do Programa Niterói Inclusivo proporcionou experiências inéditas, como banho de mar assistido, futebol na areia e canoa havaiana — tudo com segurança e acolhimento.

A programação incluiu banho de mar assistido, futebol de areia e a prática de canoa havaiana, sempre acompanhados por equipes capacitadas para garantir segurança, acolhimento e participação plena de todos os jovens. Muitos participantes viveram uma experiência inédita, já que nunca haviam ido à praia.

Para a coordenadora do CII, Renata Cherene, a atividade representa um marco importante no processo de inclusão: “Para muitos desses jovens, foi a primeira vez vivendo a experiência do mar. Momentos como este ampliam horizontes, fortalecem vínculos e mostram a importância de garantir acesso ao lazer de forma segura e acessível.

Para Cherene, a iniciativa reforça o compromisso da Pestalozzi de Niterói em promover atividades que estimulem autonomia, integração social e qualidade de vida, assegurando que cada jovem possa vivenciar experiências significativas e transformadoras.

Autodefensores da Pestalozzi participam de Fórum Municipal em Saquarema

Autodefensores de Niterói, com a coordenadora da Pestalozzi, Renata Cherene, e a presidente da FEASPERJ, Valdenira Fernandes

Com o tema central ‘Do preconceito à inclusão: desconstruindo o olhar capacitista’, o I Fórum Municipal de Autodefensores reuniu representantes da rede Pestalozzi para discutir caminhos que promovam autonomia e cidadania das pessoas com deficiência. Realizado em 24 de novembro pela Associação Pestalozzi de Saquarema, contou com a participação de três autodefensores da Pestalozzi de Niterói — Damião Campanário, Douglas Damas e Eraldo Lucas Pereira — acompanhados da facilitadora estadual Renata Cherene, que também palestrou sobre o combate ao capacitismo.

O evento reuniu representantes de diversas unidades da rede Pestalozzi, incluindo Saquarema, Araruama, Resende e Niterói, e teve como tema central “Do preconceito à inclusão: desconstruindo o olhar capacitista”.

Damião Campanário, autodefensor da Pestalozzi de Niterói e representante municipal, participou da mesa de autodefensores. Destacou a importância da autonomia no cotidiano, abordou seu projeto de vida e ressaltou o papel fundamental do apoio familiar em seu desenvolvimento.

A mesa de abertura contou com a presença de Valdenira Fernandes, presidente da FEASPERJ, membros da diretoria da instituição, além de representantes do município de Saquarema e da própria Associação Pestalozzi de Saquarema.

Em sua palestra, Renata Cherene aprofundou o debate sobre capacitismo, enfatizando que a discriminação contra pessoas com deficiência intelectual (PCDI) se manifesta por meio de preconceitos, pela subestimação de suas capacidades e pela infantilização. Destacou ainda que reconhecer e valorizar as habilidades e potencialidades dessas pessoas é essencial para romper barreiras e promover inclusão social e profissional de forma efetiva.

O encontro marcou um importante momento de troca, fortalecimento da rede de autodefensoria e reafirmação do compromisso das Pestalozzis com a autonomia, cidadania e protagonismo das pessoas com deficiência.

Governo revê decreto que afetava 1,3 milhão de estudantes com deficiência

O decreto que regulamenta a Política Nacional de Educação Especial foi atualizado pelo governo federal e publicado no dia 8/12, reforçando a inclusão e ampliando direitos dos mais de 1,3 milhão de estudantes com deficiência no país. A mudança ocorre após intensa mobilização liderada pelo senador Flavio Arns, que defendeu ajustes para garantir que a norma esteja alinhada à Constituição e à Lei Brasileira de Inclusão.

Segundo Arns, a revisão do texto feita através do Decreto 12.773/25 evita retrocessos e assegura que a educação inclusiva seja tratada como um direito fundamental. Em
publicação nas redes sociais, o senador destacou que o novo texto elimina brechas que poderiam permitir segregação, reafirma o direito à matrícula em escolas comuns e assegura apoio especializado para quem precisa. Ele reforçou que “a escola deve ser um espaço para todos, sem segregação”.

Principais conquistas
Além de garantir a inclusão, o texto revisado trouxe avanços concretos para fortalecer a educação especial no Brasil. Prevê apoio técnico e financeiro às escolas especializadas, inclusive por meio do Fundeb, assegurando recursos para instituições como APAEs, Pestalozzis e coirmãs.

O que mudou
Possibilidade expressa de escolarização especializada:

Antes (Decreto 12.686/25) – Limitava a matrícula de estudantes com deficiência às classes e escolas comuns, sem prever escolarização especializada.
• Depois (Decreto 12.773/25) – Garante a oferta de educação em instituições especializadas, respeitando a escolha das famílias.
Ampliação da faixa etária atendida:
• Antes – Meta de universalização da matrícula de estudantes da educação especial de 4 a 17 anos nas classes comuns.
• Depois – Oferta de educação básica para estudantes de 0 a 17 anos, com adaptações para atender às suas individualidades.
Formação de profissionais mais robusta:
• Professores AEE: carga horária mínima passou de 80 horas para 360 horas.
• Profissionais de apoio escolar: carga horária mínima passou de 80 horas para 180 horas.

Contexto histórico
O Decreto anterior, publicado em outubro, foi alvo de críticas. Segundo Arns, o texto representava um retrocesso ao desconsiderar a diversidade de perfis entre pessoas com deficiência e ao restringir o direito das famílias de escolher o modelo educacional mais
adequado para seus filhos. “Quem decide o que é melhor para a criança é a família, não um especialista no gabinete do Ministério da Educação”, afirmou o senador.

Organizações da sociedade civil e entidades educacionais pressionaram pela revisão, argumentando que a segregação viola princípios constitucionais e compromete a convivência e aprendizagem coletiva. Com as alterações, o Brasil reafirma sua adesão às diretrizes internacionais de educação inclusiva, previstas na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU. Estima-se que mais de 1,3 milhão de alunos com deficiência matriculados na educação básica serão diretamente impactados pela mudanças.
Especialistas em educação afirmam que a medida fortalece a formação cidadã e reduz desigualdades. Para movimentos sociais, a revisão do Decreto é uma vitória histórica: “Garantir que todos aprendam  untos é essencial para uma sociedade mais justa”, declarou uma representante do Fórum Nacional de Educação Inclusiva.

(21) 98294-1200
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