Pioneira na educação de pessoas com deficiência intelectual
Em 1998, durante as comemorações pelos 50 anos de fundação da Pestalozzi de Niterói, Eunice relembrou o início de seu trabalho na instituição niteroiense criada em 1948 por incentivo da educadora Helena Antipoff:
“Dava aulas para as crianças na varanda em meio a goteiras. Tudo muito rudimentar. Fui parar na Pestalozzi por opção. Era professora do Estado e pedi para ser deslocada para a educação de crianças especiais. Fiz cursos voltados para a educação desse tipo de alunado. Fiz Logopedia no antigo Hospital São Francisco de Assis e, depois, Pedagogia. Com a professora Lucy Sá Pinto, iniciamos a formação de professoras novatas para dar aulas na Pestalozzi”, relembrou à época.
Eunice também teve ativa participação na consolidação da Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi) e foi fundadora da Federação das Associações Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro.
Dedicada e fiel aos ideais pestalozzianos, Eunice iniciou seu trabalho na Pestalozzi de Niterói em 1955, quando a instituição era conhecida como “Escola-Granja”, funcionando como uma espécie de internato para crianças excepcionais, como se dizia à época. Para dar aulas, ela enfrentava uma maratona diária. Pegava o ônibus que fazia a ligação do Centro da cidade com o Largo da Batalha, muitas vezes levando para escola alguma criança a pedido da mãe. Do ponto final do ônibus até a escola, em Pendotiba, ainda era preciso seguir a pé por cerca de cinco quilômetros em estrada de chão até a sede da Pestalozzi. As aulas eram na varanda da casa que sediava a escola especial.
Por tamanha dedicação, Eunice recebeu o reconhecimento máximo da Fenapestalozzi em 2005. Em outubro daquele ano foi condecorada com a Comenda da Rosa, durante o Congresso Nacional das Associações Pestalozzi. Eram os merecidos aplausos àquela que se dedicou por inteiro à causa pestalozziana. Na época da homenagem vaticinou: “Vou continuar trabalhando com a mesma intensidade. Sou idosa, mas velha eu não serei nunca!”
DIA DO MOVIMENTO PESTALOZZIANO FOI CRIADO EM 2007
Criado em 2007, o Dia do Movimento Pestalozziano serve para marcar seu início em 1926, quando na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, o professor Thiago Würt fundou o Instituto Pestalozzi, tendo como foco o atendimento das pessoas com dificuldades de aprendizagem.
O Movimento Pestalozziano se dedica, desde então, à assistência social, educação e institucionalização dos serviços voltados para as pessoas com deficiência no Brasil, assim como para suas famílias.
Até a década de 60, as Associações Pestalozzi existentes no país atuavam de forma isolada na defesa dos direitos e assistência social à pessoa com deficiência. Em 1970, nasceu a Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi (Fenasp). Nesta época, o Movimento Pestalozziano contava apenas com oito unidades em todo o país. A criação da federação, uma iniciativa de Helena Antipoff, tornada realidade através da ex-presidente da Pestalozzi Niterói, Lizair Guarino, fomentou o surgimento de várias Sociedades Pestalozzi pelo país. Atualmente a Fenapestalozzi conta com 235 filiadas em diferentes estados da federação.